13 de janeiro de 2010

Isto foi uma vergonha!



Relutei muito até decidir escrever este post, pois não tinha a certeza de que esta pessoa acima merecia o meu tempo. Mas faço isso, não por ele, mas por todos os trabalhadores honestos que foram ofendidos pelo mesmo. Nunca fui defensor das classes menos favorecidas, nem nunca me posicionei a favor de sindicatos, manifestações populares e afins. Muito pelo contrário. Mas, neste caso, em razão da minha razão, tive que fazê-lo.

Quando era criança, costumava chamar as pessoas que recolhiam o lixo das ruas de lixeiros. Porém, numa das poucas vezes que fui repreendido por meus pais na infância, aprendi a chamá-los de garis, pois tinham a honra e o caráter de recolher a sujeira que outras pessoas faziam nos bairros da cidade e, por isso, não mereciam ser chamados de lixeiros. Vem daí o meu respeito por esta classe, que deveria ser bem mais valorizada.

Ainda não sei definir uma palavra que possa demonstrar minha opinião sobre a atuação do Senhor Boris Casoy, jornalista consagrado, que passou por várias emissoras e, atualmente, está na Rede Bandeirantes, empresa que  mantém um dos jornalismos de maior credibilidade do país.

No dia 31 de dezembro de 2009, depois de uma mensagem de dois garis desejando Feliz 2010, Boris vomitou os seguintes dizeres: "Que merda, dois lixeiros desejando felicidades, do alto das suas vassouras. Dois lixeiros, o mais baixo na escala do trabalho".

O fato preocupante não é o som ter vazado, ferindo a "honra" de um dos jornalistas mais conhecidos do país. O lamentável nesta situação é, um profissional dos mais conhecidos no ramo da comunicação, que tem o seu bordão como o mais famoso dentre os âncoras de telejornais no país [Isto é uma vergonha] mostrar, por trás das câmeras, que ele não liga, e nunca ligou, para a situação que o país vive.

Ao invés de criticar o desejo de Feliz Ano Novo de políticos que sempre tentam sair por cima de tudo e todos, ele preferiu fazer piadinhas com os garis. Justo eles que são, entre as profissões deste país, os empregados que tentam manter o Brasil limpo.

Isto me leva a crer que, toda vez que ele se exalta em seus telejornais, não está fazendo nada mais que uma cena para o público. Cena esta que não reflete o seu pensamento. É uma situação preocupante, pois demonstra que uma das pessoas mais influentes da TV brasileira é um boneco, que apresenta na frente das telas uma pessoa mas, por trás, é outra.

Numa sociedade como a brasileira, que é carente de pessoas que se posicionem publicamente contra ou a favor de atos ou partidos políticos [por medo, por ordens superiores ou mesmo por falta de vontade], esta atuação de Boris foi um duro golpe, pois ele era tido como um dos poucos que marcavam posição. Agora, pelo menos eu, não acredito mais.

Se esta é a opinião do Boris, tem meu respeito, mas também tem meu repudio. Deveria pelo menos ter a hombridade de mantê-la, independentemente das críticas que receberia. E não voltasse a colocar sua máscara de bom samaritano.

E, mais uma vez, registro meu respeito pelos garis.

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