13 de dezembro de 2010

Jornalista, sim

Estava tão pra baixo neste fim de semana, que acabei esquecendo de contar um dos melhores momentos meus na Record, desde que entrei.


No sábado, estava de plantão, sozinho.


Achei que seria mais um dia monótono de plantão.


Eis que, por volta das 15h30, surge um rumor de que o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, sofreu um acidente de carro. O automóvel em que ele estava com a esposa teria capotado na Rodovia Carvalho Pinto. Já dá pra imaginar o alvoroço que ficou redação da Record.


Checa aqui, liga ali...e nada...


Eis que chega as minhas mãos o telefone de D. Lu Alckmin, esposa do Geraldo. Não pensei duas vezes. Liguei na hora.


Com a maior simpatia do mundo, ela atendeu o telefone e, depois de ser questionada por mim sobre o acidente, contou o que aconteceu:

"Estávamos indo para Pindamonhangaba, onde fica o sítio da família do Geraldo, quando vimos um caminhão daqueles pequenos tombar. Aí paramos o carro e o Geraldo, que é médico, desceu pra tentar ajudar."



Confesso que fiquei surpreso com o atendimento que recebi. Mas não acabou.


Pouco tempo depois, uma das chefes de reportagem entra na sala e faz um pedido, que a princípio pensei que seria impossível de realizar: "Liga pra ela, e vê se o Geraldo não nos dá uma entrevista. Hoje. Agora."


Pensei uma vez pra ligar. Liguei. Descrevo o resumo da conversa:


- Dona Lu, é o Felipe, da Rede Record


- Oi Felipe.


- Dona Lu, desculpe ligar novamente, mas gostaríamos que o governador Geraldo nos concedesse uma entrevista, sobre o acontecimento desta tarde.


- Ok, Felipe. Só um minuto.


- Oi, com quem eu falo?


- Com o Felipe.


- Oi, Felipe. Aqui é o Geraldo, tudo bem?


- Tudo bem, Governador?


- Tudo.


- Então, governador. Chegou para nós a informação sobre o acontecimento de agora há pouco, que o senhor e sua esposa passaram por um acidente, e o senhor desceu do carro para ajudar. Você pode nos dar uma entrevista sobre este fato?


- Olha Felipe, com todo prazer. Só que eu estou chegando em Pindamonhangaba, no meu sítio. Eu volto pra São Paulo às 19h. Se você quiser, podemos marcar em algum lugar que seja mais fácil pra sua equipe.


- Ok, Governador. Mas, podemos mandar uma equipe para encontrá-lo aí no seu sítio?


- Olha, se não for muito trabalhoso pra vocês, por mim tudo bem. Será um prazer recebê-los aqui.


- Temos uma equipe a caminho do acidente que o senhor presenciou. Nosso planejamento é que ela vá até seu sítio, para gravar uma entrevista, coisa rápida.


- Então tudo bem, Felipe. Fico no aguardo da sua equipe chegar aqui.


Pois bem.


Entrevista deu certo. Matéria entrou no ar.


Acho que não preciso dizer que, como jornalista iniciante, me senti satisfeito de conseguir isso.


Mas o melhor foi chegar na redação hoje, segunda-feira, e escutar alguns bons elogios sobre meu desempenho. Isso me faz caminhar com mais seriedade ainda, e com mais confiança na minha capacidade.


Ah, aos que possam criticar pelo fato de ser um político do PSDB, a conversa se desenrolou como deve ser na profissão: jornalista de um lado, entrevistado de outro.

2 comentários:

  1. Eita, orgulho "mineiro"!!! Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs. Parabéns, Felipe. Fez bem de cursar jornalismo por gostar de matemática!!! Rsrsrsrsrsrsrsrsrsrs. Espero que o blogspot disponibilize muito espaço, pois essa é só a primeira de muitas histórias do seu sucesso.

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  2. Não sou chefe do Fê, apenas trabalho com ele, garoto sensacional, pena que nas escalas ele nunca está no meu horário. Nesse dia, fui uma das pessoas a elogiar seu trabalho. Ele não espera a notícia cair no colo, corre atrás e consegue sempre um diferencial. Parabéns Fê, vc tem futuro, sempre disso isso!!! Feliz 2011!! bjs, Josi

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